Thursday 2 April 2009

Portugueses identificam mecanismo viral associado ao desenvolvimento de linfomas

Investigadores portugueses publicam, este mês, na prestigiada revista “The EMBO Journal”, um estudo onde identificam um mecanismo molecular chave para os vírus herpes persistirem no hospedeiro infectado. O vírus herpes estudado neste trabalho induz a proliferação de linfócitos B (células do sistema imunitário), e está associado ao desenvolvimento de tumores malignos, denominados linfomas, pelo que o controlo da infecção viral se reveste de extrema importância clínica.

O trabalho foi desenvolvido na Unidade de Patogénese Viral do Instituto de Medicina Molecular, em Lisboa, e contou com a colaboração de investigadores do Instituto Gulbenkian de Ciência, Oeiras e de um investigador da Cornell University, EUA.

Os vírus herpes causam infecções que persistem para toda a vida do hospedeiro. Essa persistência é alcançada devido à capacidade de os vírus herpes induzirem a proliferação das células infectadas. No entanto, apesar da reconhecida associação íntima entre infecção persistente por vírus herpes e o desenvolvimento de linfomas, os mecanismos moleculares subjacentes a essa associação são ainda maioritariamente desconhecidos.

O que os investigadores portugueses agora descobriram é que a proliferação de células infectadas por herpes depende da inibição, pelo vírus, de uma importante via de sinalização da célula hospedeira, a via do factor de transcrição NF-kB. Este factor é responsável por muitos processos normais que ocorrem ao nível das nossas células. Os investigadores identificaram a proteína viral responsável por esse processo inibitório, e verificaram que a perda de função desta proteína, por mutação, torna o vírus incapaz de estabelecer uma infecção persistente no hospedeiro infectado.

“O que é importante realçar no nosso estudo é que encontrámos uma nova ligação molecular entre o vírus e a proliferação de linfócitos B, condição essencial para o desenvolvimento de linfomas associados a infecções virais”, diz Pedro Simas, o investigador que liderou o estudo.

Fonte: www.cienciapt.net

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